Eu defendo e valorizo demais os especialistas. Sem eles, não poderíamos nunca evoluir como sociedade e avançar nos campos acadêmicos e mercadológicos. Mas acredito muito que, se um especialista se movimenta como um líder de pensamento, pode fazer muito mais pelo seu mercado.
Sem Thomas Edison, não teríamos toda a qualidade de vida que suas invenções nos deram. Sem Steve Jobs, talvez levassem décadas para transformar a indústria de smartphones e o consumo de música e filmes. Agora pare para pensar: esses dois seriam os únicos com conhecimento suficiente para construir o que fizeram em suas época? Provavelmente, não. Outros especialistas os cercavam, talvez com mais credenciais e experiência que eles, mas que não obtiveram nem de perto o mesmo reconhecimento.
Mesmo que os dois sejam de épocas diferentes, tanto Jobs quanto Edison não foram só especialistas. Eles assumiram uma postura de contribuição e desenvolvimento do seu mercado, como inovadores e hábeis comunicadores de suas visões e ideias.Ser um líder de pensamento é mais do que ser um especialista em algo.
Todo especialista pode ser um líder de pensamento, desde que assuma uma postura altruísta com seu conhecimento, especialmente perdendo o medo de ser copiado ou plagiado. Nesse artigo, pretendo mostrar caminhos possíveis e novas posturas que, se colocadas em prática, podem beneficiar demais quem é se especializou em um campo de estudo - mas ainda não é reconhecido como mereceria.
A liderança de pensamento na prática
É sobre aprender, praticar, organizar e só então comunicar o que você aprendeu. É sobre tomar decisões baseadas em uma compreensão profunda de questões complexas. É sobre fazer uma leitura do que está acontecendo no seu campo de atuação e compartilhar seu ponto de vista com uma visão autêntica a autoral.
Ser um líder de pensamento significa que você está sempre à procura das melhores ideias, tendências e aprendizados. É sobre ter uma visão holística para a construção do conhecimento, e não apenas se concentrar em replicar informações de terceiros.
Lembre-se: não é sobre seguir, é sobre liderar. Não procure apenas seguir as tendências, mas trabalhe para criar as suas próprias. Isso requer preparo, estudo e muita experiência. E, mesmo que seja para um grupo pequeno, influenciar essas pessoas a ter uma visão aprimorada do seu campo de especialização, a partir do que aprendem contigo.
Liderar é um diálogo, não um monólogo
Como um líder de pensamento, é preciso se conectar com as pessoas de verdade, ouvindo, lendo comentários, dedicando parte do seu tempo para esclarecer dúvidas e gerar valor para uma comunidade. É importante ajudar a audiência a construir esse sentimento de pertencer a uma comunidade, sentir-se aceita e compreendida.
Ser um líder de pensamento é assumir a postura de fornecer insights que o seu mercado precisa para manter-se atualizado, competitivo e relevante. É sobre ser criativo e pensar de forma inovadora. Afinal, atrair e reter a atenção não é mais tão simples.
É sobre se destacar no meio da multidão, mas não pelo que você faz, e sim pelo que você sabe. Seu conhecimento atuando de forma altruísta para melhorar a vida de outros passa a ser o seu principal foco. Seu reconhecimento virá da reputação construída pela sua capacidade didática de conduzir a sua audiência para um estágio acima de evolução em sua área de expertise.
O "X" no mapa, marca o local do tesouro
Sob a ótica de negócios, é muito mais inteligente ser um líder de pensamento do que apenas um especialista. Nem todo especialista é capaz de aumentar a percepção do valor sobre o que sabe, e ser reconhecimento e bem remunerado por isso.
Como um líder de pensamento, sua audiência lhe oferece um ativo muito valioso: reputação. Se somar uma audiência engajada às suas credenciais e experiência de mercado, temos uma condição poderosa para competir e diferenciar-se.
- Isso pode se traduzir em atração de mais (ou melhores) clientes.
- Pode se transformar em uma posição dentro de uma empresa com melhores salários e benefícios.
- E, se bem estruturado, esse modelo de negócio, pode trazer novas fontes de receita dessa “pessoa física”, como venda de livros, cursos, palestras, mentoria e conselhos consultivos.
Uma boa diversificação de fontes de receita, maior volume de cliente ou melhor remuneração oferece diversos benefícios, como qualidade de vida e liberdade para "desacelerar", reduzindo a carga de trabalho e passando mais tempo cuidando das outras esferas da sua vida.
Atletas de alto desempenho tem essa clareza: jogadores de futebol jogam entre 15 e 20 anos, no máximo. Depois disso, se aposentam. Acredito que poucos empresários e executivos começaram a se preocupar com uma qualidade de vida maior no início das suas carreiras. Normalmente, só depois dos 45 anos que essas preocupações surgem.
E eu não tenho dúvidas que, como líderes de pensamento, o potencial de ganhos de receita aumenta na mesma proporção que se reduz a carga de trabalho. Não seria interessante?
Chris